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O Charruador e Outros Contos

Sinopse do livro O CHARRUADOR E OUTROS CONTOS De Gianfrancesco Tornich Pela plataforma CLUBE DE AUTORES    Temos aqui um livro de contos que foram escritos usando as mais variadas técnicas literárias para descrever sobre os mais variados temas. Narrativas que vão do realismo, que buscam alargar a nossa experiência dentro da verdade do mundo; ao fantástico, na eterna procura por sublimação da inteligência e do espírito, compõe esta obra.    Um senhor enfrentando seu passado, um homem que se vê sozinho no mundo, as ilusões, alegrias e tristeza de um jovem no carnaval, os sonhos de uma mocinha trabalhadora, o desafio de um ancião as portas da morte, o surpreendente contato com extraterrestres, as aventuras de um motociclista na cidade, As lembranças deixada por uma jovem doente, a luta e a tragédia de um caminhoneiro, o conflito entre o desejo controlado e exposição sexual que a vida urbana oferece, a surpresa que um homem extremamente moral pode gerar, o conflito entre a admiração po
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LÓGICA MENTIROSA.

- Nesta cidade só tem mentiroso. - Acho que isso é mentira. - Por que, você vai duvidar de mim agora? - É que eu estou pensando no que você disse... - Eu disse e repito, nesta cidade aqui só tem mentiroso. Todos, todos são. - Então, você me desculpe, mas não posso acreditar no que você está dizendo. - E por que não? Eu mesmo já me cansei de ver. Eu sou testemunha. Todos mentem e metem sempre. - A é? - É sim, te juro. - Então me responda só uma perguntinha. Você é daqui? - Sou sim. Sou nascido e criado aqui, por isso conheço todo mundo e sei que aqui só tem mentiroso. - Mas espere ai. Se você é daqui da cidade e está dizendo que aqui só tem pessoas mentirosas, logo... você também seria um mentiroso. - O quê? - É a lógica. Se todos os moradores de uma cidade tem uma característica e você é morador dessa cidade, a conclusão só pode ser uma, você também tem essa característica. - Não. Espera ai. Não foi isso que eu disse. - Foi sim. - Eu não sou mentiroso. - Então você não pode dizer que a

UMA ORAÇÃO DE NATAL.

  UMA ORAÇÃO DE NATAL.       “ Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam os tempos antigos, os dias do longínquo passado. Por isso, Deus os deixará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz. Então o resto de seus irmãos voltará para junto dos filhos de Israel. Ele se levantará para os apascentar, com o poder do Senhor, com a majestade do nome do Senhor, seu Deus. ” Miquéias 5, 1-3.       Pai, tu que reinas absoluto em teu universo sem fim, tu que detém todos os poderes existentes, tu que és o “porque” de todos os “por quês”, conceda-me a honra e a sabedoria de elevar-lhe esta prece em tua homenagem e em meu favor.     Pai.     Tu que sendo carne, pensamento e verbo só poderia se manifestar de modo pessoal e intransferível a cada um de seus filhos, numa aula particular que começa com Abraão, o primeiro aluno, e dura milhares de anos. O universo não é ti, o u

A GRANDEZA...

     Escanteio para o Nacional, trinta e oito da etapa complementar, bate Taco na área, tira o goleiro do Juventus. Domina Machado no meio do campo, avança e tenta levar o Juventus nesse final de jogo, Machado avança e tem Guimarães mais a esquerda. Guimarães domina e toca para Ramos na direita que bate forte, mas Josiel pega firme.       Tintas Trindade, qualidade por baixo preço. Tintas Trindade, a tinta que passa e ficaaa...      O jogo vai se aproximando do seu final, o empate persiste, o clima de prorrogação vai tomando conta e a vaga para a final do campeonato brasileiro permanece em aberto.     Josiel sai jogando com Cuíca no meio, Cuíca domina e liga rapidamente Taco lá na frente. Um lenços, dois lençóis, meu Deus do céuuu... Mandou a bombaaaa... É gol... Gooooooooooollllllllllll...      “ Felicidade... Brilha no ar, como uma estrela que não está lá...”      Gooooooollll.... gol, gol, gol,...        Imagino que o inferno seja um lugar onde dois times de futebol s

UM SINAL

Ressentimento amoroso. Igualdade privilegiada. Respeito belicoso. Ignorância idolatrada.   Silenciar pela liberdade. Extorquir toda verdade. Deturpar por maldade. Narrativa como realidade.   Tudo é normal. Rejeitados para humilhar. Toda lei explodiu. Perseguidos para maltratar. Tudo é natural. Pequenos para dominar. Tudo é espaço vazio. Sem moral para amar.   Um Sinal no céu. Como moda e alucinação. O Reino como réu. Decadência e comemoração.   Manipulação nervosa. Estratégia e vingança. Justiça rancorosa. Ódio contra a aliança

Sarra

Sem paz e sem amor.

OS ANTIFAS E O JOGO DE PALAVRAS.

Atualmente se fala muito em fascismo na política brasileira. O termo, como não poderia deixar de ser, é usado como ofensa e difamação, mas será que quem o utiliza como arma sabe se seu adversário é mesmo fascista? Vejamos.  A história mostra que fascismo é um tipo de governo autoritário, com poder ditatorial e forte controle estatal sobre a sociedade e sobre a economia. A história mostra, também, que os fascistas governaram a Itália de 1922 até 1943 e chegaram ao poder quando os Camisas Negras (militância voluntária) usando a tática chamada "ação direta", que nada mais é do que a crescente violência contra adversários políticos, promoveram a Marcha sobre Roma em outubro de 1922 e instituíram a ditadura de Mussolini. Os fascistas colocam as ideias e os interesses de seu partido acima dos valores e direitos individuais, logo, por princípio, ser contra o fascismo é ser a favor da democracia e liberdades individuais. Porém, ao longo do século XX os partidos de esquerda (comunista

SAÚDE E ECONOMIA

A política nacional não superou o 2° turno da eleição presidencial de 2018. Parece que vivemos um eterno 3° turno em que a esquerda, ressentida pela perda do poder, tenta politizar tudo  contando com a ajuda da grande mídia e da academia universitária, que também sofreu cortes das descontroladas verbas públicas que recebiam. Contra uma direita sem muita organização, sem um partido decente e contando apenas com o sentimento conservador da imensa maioria dos brasileiros. No entanto, para piorar ainda mais o clima, eis que surge o vírus vindo da China e o que era para ser uma discussão de saúde pública vai se transformando em debates e bate-bocas sobre política e saúde mental em que interesses disfarçados e opiniões não estudadas formam a maior parte dos argumentos. A História mostra (o óbvio) que melhores condições econômicas, portanto também materiais, sempre geraram maior qualidade de vida e aumento da expectativa desta. Se em meados dos anos 50 os brasileiros viviam em média 57 anos,

Etiam

Onde a confusão e o erro não entram.

O CAMINHO DO MILITANTE REVOLUCIONÁRIO.

- A visão de mundo materialista faz o revolucionário pensar que neste mundo nada presta e que É necessária uma revolução para fazer um mundo melhor (perfeito). - O discurso que projeta um mundo perfeito é colocado como a única meta válida para o revolucionário. Tudo tem que se encaixar nesse discurso. - O revolucionário não olha primeiro a realidade concreta dos fatos, mas sim com os fatos se encaixar no seu discurso. - Para fazer um mundo perfeito buscam tomar o poder político. - Para tomar o poder político acham que precisam destruir as bases que sustentam quem está no poder atualmente. - Passam a pensar assim: “Como nós (os revolucionários) temos o conhecimento da verdade (o mundo perfeito) podemos destruir esta sociedade doente porque temos a autoridade moral dada por nossos ideais superiores.” - Os revolucionários são induzidos a defender tudo que seja perverso para o caos destruir logo este mundo, e assim, começar a construção do tal mundo melhor. - Se um grupo ch

O FASCISMO DOS QUE SE ACHAM ANTIFASCISTAS.

    Embora a palavra fascismo tenha virado um xingamento fácil na boca de muitos que não fazem nem ideia do que se trata, ele, o fascismo, foi um sistema político que alcançou o poder na Itália no início do século passado e, junto com seu irmão, o nazismo alemão, foram os causadores da Segunda Grande Guerra Mundial, no qual o bravo Exército Brasileiro lutou com mais de vinte cinco mil homens combatendo as forças nazi-fascistas nas terras italianas.     Umas das técnicas dos seguidores de Mussolini, líder fascista italiano, para se chegar ao poder era de colar um rótulo (mentindo ou forçando muito a barra no argumento) nos adversários políticos para com isso facilitar a perseguição. Assim, católicos se tornaram idolatras, ciganos se tornaram vagabundos, judeus se tornaram ladrões e democratas liberais se tornaram entreguistas nas bocas dos fascistas italianos. Ou seja, praticavam a divisão de classes numa luta do “nós” contra “eles”.     Uma vez no poder, os fascistas centralizaram

PRINCÍPIO DE XADREZ POLÍTICO.

     A sua jogada pode ser boa, mas a jogada do adversário pode ser ainda melhor. É o risco que se corre, até porque, ele pode não ter a exata noção das possibilidades dele, e ai, ganhar ou perder pode ser apenas questão de coragem, ou sorte.      Ao entrar na arena das disputas políticas, a primeira atitude que uma pessoa de bom senso deve tomar é duvidar. Duvidar das aparências dos discursos que foram construídos para conquistá-lo, duvidar de ditas boas ações que escondem projetos de poder, duvidar de números que escondem ideologias que geram resultados perversos, enfim, duvidar é o primeiro ato na maturidade política.          Na política o discurso simplista geralmente pretende embutir nas cabecinhas dos desavisados uma espécie de coleira dogmática. Ricos contra pobres e bons contra maus é o tipo predileto de discurso de psicopatas na espreita de capturar inocentes úteis para usá-los como massas de manobra. Todo cuidado é pouco ao lidar com políticos. Até por que, como diz um

ATO PENITENCIAL II

    Voltando à culpa, ou pelo menos, a minha, vou narrar um fato pessoal para não divagar demais e não sair fora da rota desta vez...     Confesso que já fui petista, esquerdista e um pouco vitimista por um período da minha vida. Ajudei, e muito, a montar o Partido dos Trabalhadores na minha cidade, conheci personalidade de expressão nacional do partido, convivi com dirigentes regionais e seus grupos, fui membro de movimento estudantil em faculdade pública, estive no meio de reuniões e passeatas contra o “imperialismo yanque” e gritei palavras de ordem contra o capitalismo. Vi de perto a política esquerdista e seus principais braços; estudantes, sindicatos de professores e membros da Teologia da Libertação que se embrenham em boas consciências desavisadas. Vi como a ideologia reinante, dita progressista, cria seus filhotes no meio da burocracia estatal e atrasa o progresso nacional, vi as muitas formas de pressionar os neófitos a entrarem e se tornarem a infantaria de partidos e vi

ATO PENITENCIAL

    Mea-culpa é uma expressão que significa “minha culpa”, ou “minha falha” e não “meia-culpa” que significaria que apenas metade de uma dada culpa seria minha, como fazem alguns políticos.      Na tradição católica (presente também em liturgias protestantes mais antigas), o confessar-se culpado é o início para a redenção da alma, não sendo à toa que a expressão é pronunciada em uma declaração pública logo no início das missas, no chamado Ato Penitencial.     Errar, tomar consciência do erro, confessar e lutar para não cometer tal ato ou outros parecidos; deveria ser algo comum, compreensível e louvável a todo cristão e a toda pessoa que vive em um ambiente dado como cristão, pois, a sociabilidade mínima passa por saber quais são as bases do pensamento predominante.     O projeto divino de redenção é muito bem construído, mas contra ele trabalha o rei da divisão, o grão-mestre da confusão e o pai da pequenez; e mesmo que uma boa alma, que depois de lutas internas elevou a cons

POBRE PODER.

    Se existe uma coisa que a história já cansou de provar é que o poder político pessoal tem prazo de validade para acabar. Independente do caráter do governante, da suas forças morais, retóricas, militares ou econômicas; um belo dia ele se encontra incapaz de guiar, controlar, articular e comandar a quem ele um dia governou.     Às vezes, a decadência do poder se faz lentamente, por longos anos (ver o ex-ditador zimbabuano, Robert Mugabe), ou então, acontece meteoricamente como foi a subida até ele (ver o ex-presidente, Fernando Collor). O fato é que o poder sempre muda de mãos e quanto maior o apego do governante a ele, maior é o sofrimento na hora fatídica do adeus. Talvez, foi consumido por tal sofrimento que um ex-presidente do Brasil deu um tiro no próprio coração quando se viu sem alternativas e prestes a ser deposto do cargo máximo da nação (ver Getúlio Vargas). Faltou alguém dizer para ele: “Calma amigo! Aceita que dói menos!”     Não só na democracia é assim. Stalin gov

SEM TEVÊ

    Às vezes eu passo a sua frente e nem olho, às vezes olho, mas ela não consegue prender a minha atenção. Às vezes, na maior das boas vontades, eu tento dedicar algum tempo a sua existência, mas não tem jeito, ela não me convence mais, ela é uma velha decadente que perdeu seu encanto para mim.     Ela, que ainda ilude muitos por ai, tenta a todo o momento se relacionar com sua adversária mais forte e interessante. Em alguns poucos pontos a relação até flui, mas no geral acredito que seja um fato que se confirma dia após dia, da nova comer a velha.     Calma! A coisa não é tão explicita e vulgar como parece ser. Na verdade a coisa é mais implícita e degenerada. Alguns podem ver o fato sob a ótica romântica, outros veem a loucura e o individualismo radical. Fato é que a televisão vai perdendo, dia-a-dia, cada vez mais espaço para a internet e seus múltiplos aparelhos no tempo e na atenção das pessoas.  Inclusive, com a onda de tecnologia se avolumando cada dia mais rápido e com ma

A IGUALDADE

Ele observa. Ela fala. Ele vê a forma bonita. Ela repara nas roupas e no porte. Ele se encanta com a voz e com o perfume. Ela faz charme e observa seu carro. Ele sente o coração acelerar. Ela pensa rápido e friamente. Ele faz pose de dominador. Ela finge ser dominada. Ele fica neurótico com o passado. Ela põe em dúvida o futuro. Ele se hipnotiza com o seu quadril. Ela observa seu status social. Ele quer todas. Ela quer o melhor. Ele se escraviza pela mãe e pelos filhos. Ela mata pelo filho. Ele tem obrigação de seguir a obrigação. Ela teria de segui-lo. Ele tenta ganhar muito. Ela tenta perder pouco. Ele pensa em Jesus, Maria e José. Ela debulha o rosário. Ele reflete sobre o mapa. Ela pensa no destino. Ele pensa que vai morrer. Ela sabe que vai chorar. Ele a observa. Ela fala, dele para ele. Ele aperta. Ela sorri.

MACHADO DE ASSIS, FUTEBOL E CALCINHA PRETA.

  A vida copia a arte e a arte copia a vida. Sendo assim, vejamos como uma salada composta pelo esporte “paixão nacional”, acrescida de nosso melhor escritor em todos os tempos e temperada por um grupo musical do nosso meio “underground verde-amarelo” formam um sabor conhecido, um prato sofisticado e apetitoso por mesclar sabores variados e que desce muito bem com um bom copo de ironia tinta suave.      A discussão em torno da procura de uma moderna interpretação e, quiçá, de uma nova redação “Dom Casmurro” de Machado de Assis já gerou desde discussões acaloradas até a formação de grupos de extermínios.      Vejamos os exemplos de algumas facções com pretensões críticas:      Uns tentam emplacar a ideia de que Bentinho tivesse uma “vontade oculta de realizar práticas sexuais alternativas” e, assim, possuísse uma paixão secreta por Escobar; outras, mais psicologistas, vêem Capitu como uma pobre vítima de um Bentinho neurótico, um enfermo de transtorno obsessivo-compulsivo e ditad

FELIZES INFELIZES.

     Em um banco de rodoviária, as duas horas de uma tarde de muito calor, fui obrigado a prestar atenção na conversa de duas mulheres sentadas próximas. As duas mulheres, uma mais jovem e bonita e a outra mais erada e bem vestida, começaram, como se começa toda conversa entre conhecidos que se vêm ocasionalmente, com trivialidades até que a mais jovem começa a narrar sua pobre sina.          - Ela fez de tudo para acabar com meu namoro e tenho certeza que tem coisa dela no fato da loja não me contratar como fixa depois que terminou o contrato de temporária. Aquela mulher não presta, não presta. Ela me olhava me rebaixando, querendo sempre me diminuir. Eu não sei o que fiz para ela, mas aquela infeliz faz de tudo para tornar minha vida infeliz também.          Claro que a amiga concordou e ainda deu mais argumentos contra a tal “infeliz”, mesmo dizendo não conhecê-la e dando seguimento à conversa até eu pegar meu ônibus para viajar com aquela “infeliz” no pensamento.          S