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A IGUALDADE

Ele observa.

Ela fala.
Ele vê a forma bonita.
Ela repara nas roupas e no porte.
Ele se encanta com a voz e com o perfume.
Ela faz charme e observa seu carro.
Ele sente o coração acelerar.
Ela pensa rápido e friamente.
Ele faz pose de dominador.
Ela finge ser dominada.
Ele fica neurótico com o passado.
Ela põe em dúvida o futuro.
Ele se hipnotiza com o seu quadril.
Ela observa seu status social.
Ele quer todas.
Ela quer o melhor.
Ele se escraviza pela mãe e pelos filhos.
Ela mata pelo filho.
Ele tem obrigação de seguir a obrigação.
Ela teria de segui-lo.
Ele tenta ganhar muito.
Ela tenta perder pouco.
Ele pensa em Jesus, Maria e José.
Ela debulha o rosário.
Ele reflete sobre o mapa.
Ela pensa no destino.
Ele pensa que vai morrer.
Ela sabe que vai chorar.
Ele a observa.
Ela fala, dele para ele.
Ele aperta.
Ela sorri.






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    Voltando à culpa, ou pelo menos, a minha, vou narrar um fato pessoal para não divagar demais e não sair fora da rota desta vez...     Confesso que já fui petista, esquerdista e um pouco vitimista por um período da minha vida. Ajudei, e muito, a montar o Partido dos Trabalhadores na minha cidade, conheci personalidade de expressão nacional do partido, convivi com dirigentes regionais e seus grupos, fui membro de movimento estudantil em faculdade pública, estive no meio de reuniões e passeatas contra o “imperialismo yanque” e gritei palavras de ordem contra o capitalismo. Vi de perto a política esquerdista e seus principais braços; estudantes, sindicatos de professores e membros da Teologia da Libertação que se embrenham em boas consciências desavisadas. Vi como a ideologia reinante, dita progressista, cria seus filhotes no meio da burocracia estatal e atrasa o progresso nacional, vi as muitas formas de pressionar os neófitos a entrarem e se tornarem a infantaria de partidos e vi