Se existe uma coisa que a
história já cansou de provar é que o poder político pessoal tem prazo de
validade para acabar. Independente do caráter do governante, da suas forças
morais, retóricas, militares ou econômicas; um belo dia ele se encontra incapaz
de guiar, controlar, articular e comandar a quem ele um dia governou.
Às vezes, a decadência do
poder se faz lentamente, por longos anos (ver o ex-ditador zimbabuano, Robert
Mugabe), ou então, acontece meteoricamente como foi a subida até ele (ver o
ex-presidente, Fernando Collor). O fato é que o poder sempre muda de mãos e
quanto maior o apego do governante a ele, maior é o sofrimento na hora fatídica
do adeus. Talvez, foi consumido por tal sofrimento que um ex-presidente do
Brasil deu um tiro no próprio coração quando se viu sem alternativas e prestes
a ser deposto do cargo máximo da nação (ver Getúlio Vargas). Faltou alguém
dizer para ele: “Calma amigo! Aceita que dói menos!”
Não só na democracia é
assim. Stalin governou com mão de ferro até o último suspiro, mas nada além
dele. Júlio Cesar foi o maior dos imperadores romanos, mas no fim, foi golpeado
pelas costas por um amigo-traidor e sangrou no chão até morrer. Xerxes, rei e
autoproclamado deus persa, um dia chorou diante de seu monumental exército ao
pensar que dali a cem anos todos estariam mortos. Ou ainda, temos a lenda que
envolve Napoleão Bonaparte, imperador francês, que no auge de seu poder e
glória, no desfile nacional que comemorava seu aniversário e quando estava
rodeado por irmãos que ele pôs nos tronos de vários reinos e por irmãs que ele
fez casar com reis e se tornarem rainhas na Europa; ele, no alto do palanque, se vira para
sua mãezinha e num tom esnobe e pergunta se ela estava gostando de ver a glória
do filho; onde teve a famosa resposta: “Está tudo muito bonito e bom, meu
filho, mas vamos ver se dura, né!” Não durou o tanto que ele provavelmente
imaginava e pouco tempo depois ele morria sozinho, exilado e envenenado numa ilha
distante de sua terra.
Poder perpétuo, supremo e ilimitado, até hoje, só
se ouviu dizer de um...
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