Pular para o conteúdo principal

SEM TEVÊ

    Às vezes eu passo a sua frente e nem olho, às vezes olho, mas ela não consegue prender a minha atenção. Às vezes, na maior das boas vontades, eu tento dedicar algum tempo a sua existência, mas não tem jeito, ela não me convence mais, ela é uma velha decadente que perdeu seu encanto para mim.
    Ela, que ainda ilude muitos por ai, tenta a todo o momento se relacionar com sua adversária mais forte e interessante. Em alguns poucos pontos a relação até flui, mas no geral acredito que seja um fato que se confirma dia após dia, da nova comer a velha.
    Calma! A coisa não é tão explicita e vulgar como parece ser. Na verdade a coisa é mais implícita e degenerada. Alguns podem ver o fato sob a ótica romântica, outros veem a loucura e o individualismo radical. Fato é que a televisão vai perdendo, dia-a-dia, cada vez mais espaço para a internet e seus múltiplos aparelhos no tempo e na atenção das pessoas.  Inclusive, com a onda de tecnologia se avolumando cada dia mais rápido e com maior intensidade, é possível prever que o velho sistema de televisão, canais e sua relação com o público vão desta para uma melhor.
    No futuro, muitos ainda dirão com tom de lamento sobre o fim daquela que um dia será chamado de “instrumento” que reuniu a família em torno de noticiários, novelas e programas de auditório, tudo isso em queixas do tipo: “Há! No tempo em que nos reunimos na sala para assistir a tevê...”. O que não deixará de ser uma ironia, pois ao longo dos tempos a televisão sempre foi acusada de propagar alienação, degeneração moral e de distanciar as pessoas. Ou seja, pobre tevê, depois de transformar as pessoas em números consumíveis será usada e jogada fora, mas aqui se faz aqui se paga.   
    E, que bom!



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Etiam

Onde a confusão e o erro não entram.

Sarra

Sem paz e sem amor.

ATO PENITENCIAL II

    Voltando à culpa, ou pelo menos, a minha, vou narrar um fato pessoal para não divagar demais e não sair fora da rota desta vez...     Confesso que já fui petista, esquerdista e um pouco vitimista por um período da minha vida. Ajudei, e muito, a montar o Partido dos Trabalhadores na minha cidade, conheci personalidade de expressão nacional do partido, convivi com dirigentes regionais e seus grupos, fui membro de movimento estudantil em faculdade pública, estive no meio de reuniões e passeatas contra o “imperialismo yanque” e gritei palavras de ordem contra o capitalismo. Vi de perto a política esquerdista e seus principais braços; estudantes, sindicatos de professores e membros da Teologia da Libertação que se embrenham em boas consciências desavisadas. Vi como a ideologia reinante, dita progressista, cria seus filhotes no meio da burocracia estatal e atrasa o progresso nacional, vi as muitas formas de pressionar os neófitos a entrarem e se tornarem a infantaria de partidos e vi