Às vezes eu passo a sua frente e nem olho, às
vezes olho, mas ela não consegue prender a minha atenção. Às vezes, na maior
das boas vontades, eu tento dedicar algum tempo a sua existência, mas não tem
jeito, ela não me convence mais, ela é uma velha decadente que perdeu seu encanto
para mim.
Ela, que ainda ilude muitos por ai, tenta a
todo o momento se relacionar com sua adversária mais forte e interessante. Em alguns
poucos pontos a relação até flui, mas no geral acredito que seja um fato que se
confirma dia após dia, da nova comer a velha.
Calma! A coisa não é tão explicita e vulgar
como parece ser. Na verdade a coisa é mais implícita e degenerada. Alguns podem
ver o fato sob a ótica romântica, outros veem a loucura e o individualismo
radical. Fato é que a televisão vai perdendo, dia-a-dia, cada vez mais espaço
para a internet e seus múltiplos aparelhos no tempo e na atenção das pessoas. Inclusive, com a onda de tecnologia se avolumando
cada dia mais rápido e com maior intensidade, é possível prever que o velho
sistema de televisão, canais e sua relação com o público vão desta para uma
melhor.
No futuro, muitos ainda dirão com tom de
lamento sobre o fim daquela que um dia será chamado de “instrumento” que reuniu
a família em torno de noticiários, novelas e programas de auditório, tudo isso
em queixas do tipo: “Há! No tempo em que nos reunimos na sala para assistir a
tevê...”. O que não deixará de ser uma ironia, pois ao longo dos tempos a
televisão sempre foi acusada de propagar alienação, degeneração moral e de
distanciar as pessoas. Ou seja, pobre tevê, depois de transformar as pessoas em
números consumíveis será usada e jogada fora, mas aqui se faz aqui se paga.
E, que bom!
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