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ATO PENITENCIAL

    Mea-culpa é uma expressão que significa “minha culpa”, ou “minha falha” e não “meia-culpa” que significaria que apenas metade de uma dada culpa seria minha, como fazem alguns políticos. 
    Na tradição católica (presente também em liturgias protestantes mais antigas), o confessar-se culpado é o início para a redenção da alma, não sendo à toa que a expressão é pronunciada em uma declaração pública logo no início das missas, no chamado Ato Penitencial.
    Errar, tomar consciência do erro, confessar e lutar para não cometer tal ato ou outros parecidos; deveria ser algo comum, compreensível e louvável a todo cristão e a toda pessoa que vive em um ambiente dado como cristão, pois, a sociabilidade mínima passa por saber quais são as bases do pensamento predominante.
    O projeto divino de redenção é muito bem construído, mas contra ele trabalha o rei da divisão, o grão-mestre da confusão e o pai da pequenez; e mesmo que uma boa alma, que depois de lutas internas elevou a consciência a níveis maiores e difíceis de serem atingidos, vem os espíritos zombeteiros para sempre voltar à velha acusação de uma antiga culpa: “mas ele já fez isso...”, “agora nem adianta mais...”, “não acredito que tenha mudado...” e por ai vai.
    É certo, também, que a tal conversão pode ser usada como artifício ou argumento para cometer corrupções até maiores que as confessadas, o sujeito confessa algo esperando com isso livrar-se de possíveis punições ou outras coisas do tipo, afinal de contas, estamos no Brasil, onde o pecado, a safadeza e a malandragem têm uma expertise bem acima da média mundial, devido a excelência dos laboratórios aqui montados desde não sei quando, mas enfim... Acho que por minha culpa, meio que perdi o que queria dizer com esta crônica... 



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