20_07

A GRANDEZA...

     Escanteio para o Nacional, trinta e oito da etapa complementar, bate Taco na área, tira o goleiro do Juventus. Domina Machado no meio do campo, avança e tenta levar o Juventus nesse final de jogo, Machado avança e tem Guimarães mais a esquerda. Guimarães domina e toca para Ramos na direita que bate forte, mas Josiel pega firme.

     Tintas Trindade, qualidade por baixo preço. Tintas Trindade, a tinta que passa e ficaaa...

     O jogo vai se aproximando do seu final, o empate persiste, o clima de prorrogação vai tomando conta e a vaga para a final do campeonato brasileiro permanece em aberto.

    Josiel sai jogando com Cuíca no meio, Cuíca domina e liga rapidamente Taco lá na frente. Um lenços, dois lençóis, meu Deus do céuuu... Mandou a bombaaaa... É gol... Gooooooooooollllllllllll...

     “Felicidade... Brilha no ar, como uma estrela que não está lá...”

     Gooooooollll.... gol, gol, gol,...

 

     Imagino que o inferno seja um lugar onde dois times de futebol se enfrentam eternamente, mas não exista nenhum gol, não existam balizas para demarcar os tentos e não existam objetivos; assim, os jogadores se enfrentam na ânsia de possuir a bola, porém sem tem em mente para onde irão depois. Os times jogam, duelam, lutam e nunca chegam a lugar algum. Rodam o campo, correm pelas arquibancadas, saem do estádio, jogam pelas ruas da cidade e chegam as plantações e as florestas, mas nunca marcam o alentado gol salvador. Os diabos mais cruéis seriam os jogadores mais habilidosos que com dribles encantadores hipnotizam e seduzem mais e mais os condenados a peleja eterna para lutarem com mais garra, mais vontade, mais ânsia e ilusão; sonhando com o gol que nunca chegariam a marcar.

     E o céu, como seria? Bem, sobre o céu nos tivemos a graça de deslumbrar sua divina imagem no lance do gol de Taco domingo último, no estádio Comendadorzão. Ali A lógica, o destino, a mágica e a perfeição se uniram para mostrar a transfiguração do que seja a gloria eterna. As palavras, como já dizia o filósofo Platão, não são suficientes para descrever o supremo bem, portanto não podem descrever o que ali aconteceu. Oxalá, um dia eu tenha a graça de escrever um livro tentando contar um pouco sobre tal acontecimento.

     O futebol, como muitos dizem, é ilusório, é idiotizante, é mentiroso e, acredito eu, por isso mesmo humano demais. Futebol é símbolo e fato, é a imitação e o real, é a forma simplicidade e a complexidade tentando se sobrepor uma a outra. Não me iludo com o futebol, me encanto sem querer.

     Imagino que quando o Juventus desceu num forte contra-ataque, depois de um escanteio do Nacional cobrado pelo próprio Taco, ele deve ter pensado que tudo estava perdido, que a sua chance de ser campeão no seu país, depois de ter sido campeão correndo o mundo, estava perdida. Quantas vezes uma pessoa não se vê perdida momentos antes da gloria lhe dar uma baforada? Quantos momentos de tristeza não foram sucedidos das maiores alegria que uma pessoa já teve na sua vida? Quantas lágrimas de tristeza ainda estavam úmidas na face, enquanto as lágrimas de alegria já corriam por sobre elas? Mas o ataque do Juventus desperdiçou a chance clara de fazer o gol e numa reviravolta existencial, em poucos segundos depois, a bola vinha magnetizada de bênçãos para Taco, malabaristicamente, dar uma chaleira num adversário, depois um lençol em outro e por fim, acertar um chute cujo voo fez um ângulo impossível fisicamente para morrer, ou viver para sempre, no fundo das redes. Quando Taco correu gritando para abraçar o pessoal do banco de reservas, exorcizava tristezas, angustias, magoas, dores, ressentimentos e desilusões de uma nação de torcedores e admiradores que gritaram junto com ele. Uma seleção de Pelés, Maradonas, Garrinchas, Beckenbauers, Rivelinos, Zidanes, Di Stéfanos, Sócrates e Zicos e Ronaldos se metamorfosearam em um simples Taco. Em um simples José Aparecido de Souza. Coisas do futebol e dessa vida de ilusões.

     Muito provavelmente em cem ou duzentos anos não sobrará futebol, porém acredito que sobrará sim o gol de Taco nessa semifinal de brasileirão, a vida seguirá, mas por hora só nos resta esperar até o próximo domingo para ver quem será o campeão do ano, quem será ungido de gloria e esplendor pela bola e suas forças enigmáticas que a circundam pelo universo inteiro.

 

     ... Gol, gol, gol, golaçoooooo de Taco.

     “Quantos jovens te procuram, quantas esperanças tu vestes, quantos sonhos realizados, quantos atletas fizestes. O que é ruim logo se acaba, o que é bom permanece...”

     É do Nacional, é do Nacional, é do Nacional... A paixão da exceção... Um a zero e o Nacional fica com a mão na vaga da finalíssima... Uma pintura, uma obra prima, uma mágica. Espetacular, sensacional, magnífico, gol de Tacooo... Como descrever esse lance? Cuíca lançou a bola, Taco vem na corrida e com o lado externo do pé já dá um lençol no primeiro adversário, faz um giro de corpo e sem deixar a bola cair dá outro toque na bola e outro lençol em outro adversário e mais um giro de corpo para pegar a bola, sem deixa-la cair e mandar um petardo de mais de trinta metros de distância, para encaixar a bola no ângulo. Uma obra prima fruto de um design divino aqui no meio campo do Comendadorzão! Um resplendor aberrante! Uma apoteose estética de uma máquina humana de jogar futebol chamada Tacooo... Demais, demais, demais... Fala Eloy Valadares, fala o que você viu? - O ataque do Juventus parecia muito bom, mas apesar dos belos passes de Machado para Guimarães e de Guimarães para Ramos, o chute ao gol deste último foi bem defendido pelo goleirão Josiel, que por sua vez saiu jogando rápido com o meia Cuíca que lançou Taco lá na frente e este foi monumental... Em dois lençóis magníficos ele tirou dois adversário e num chute sem-pulo a bola foi  direto no ângulo do gol do arqueiro juventino... Ai amigo, ai já era, um a zero para o Nacional e agora faltando menos de cinco minutos para o fim da semifinal do brasileirão...

     “Coração apaixonado. Só escuta a própria voz e nada mais...”

     Tempo e placar do jogo...

     Tintas Trindade, qualidade por baixo preço. Tintas Trindade, a tinta que passa e ficaaa...

     Rola bola... Agora temos quarenta e um minutos do segundo tempo... Nacionaaaal, tudo um. Juventuuuus, só zerooo... E tem mais ataque do Nacional...


UM SINAL

Ressentimento amoroso.

Igualdade privilegiada.

Respeito belicoso.

Ignorância idolatrada.

 

Silenciar pela liberdade.

Extorquir toda verdade.

Deturpar por maldade.

Narrativa como realidade.

 

Tudo é normal.

Rejeitados para humilhar.

Toda lei explodiu.

Perseguidos para maltratar.

Tudo é natural.

Pequenos para dominar.

Tudo é espaço vazio.

Sem moral para amar.

 

Um Sinal no céu.

Como moda e alucinação.

O Reino como réu.

Decadência e comemoração.

 

Manipulação nervosa.

Estratégia e vingança.

Justiça rancorosa.

Ódio contra a aliança


Sarra

Sem paz e sem amor.


OS ANTIFAS E O JOGO DE PALAVRAS.

Atualmente se fala muito em fascismo na política brasileira. O termo, como não poderia deixar de ser, é usado como ofensa e difamação, mas será que quem o utiliza como arma sabe se seu adversário é mesmo fascista? Vejamos. 

A história mostra que fascismo é um tipo de governo autoritário, com poder ditatorial e forte controle estatal sobre a sociedade e sobre a economia. A história mostra, também, que os fascistas governaram a Itália de 1922 até 1943 e chegaram ao poder quando os Camisas Negras (militância voluntária) usando a tática chamada "ação direta", que nada mais é do que a crescente violência contra adversários políticos, promoveram a Marcha sobre Roma em outubro de 1922 e instituíram a ditadura de Mussolini.

Os fascistas colocam as ideias e os interesses de seu partido acima dos valores e direitos individuais, logo, por princípio, ser contra o fascismo é ser a favor da democracia e liberdades individuais. Porém, ao longo do século XX os partidos de esquerda (comunistas), espalhados pelo mundo, "roubaram" o conceito de antifascismo e com ele criaram o termo propagandístico "Antifa" para rotular suas bandeiras. Isso porque as ideias esquerdistas (comunistas) sempre foram rejeitadas pela maioria da população, já o sentimento antifascista, pelo contrário, é o sentimento predominante no povo. Portanto, hoje em dia, quando vemos grupos Antifas, vemos apenas um rótulo contra o fascismo, mas que na verdade são ideias e pautas comunistas, tais como: anticapitalismo, socialismo e até anarquismo. E o pior, os Antifas usam a velha tática da "ação direta", que é a mesma violência política usada pelos fascistas na Itália no início do século passado (exemplo disso são os quebra-quebras que os Antifas provocam em suas manifestações, da mesma forma que os Block Blocs em 2013).

O Brasil de hoje, com um governo de direita, conservador nos costumes e liberal na economia, é um alvo da esquerda e de seu braço Antifa, que utiliza a difamação e agora a "ação direta", ou seja, a violência, como armas política. Enfim, a esquerda faz um jogo de palavras e ao mesmo tempo em que acusa o governo de fascista ela usa na prática as táticas que os velhos fascistas usavam. Logo, são antifascistas no discurso e fascistas na prática.

Existe uma frase atribuída ao estadista inglês Winston Churchill que diz que "os fascistas do futuro chamarão a si mesmos de antifascistas", muitos questionam se foi mesmo o político inglês o criador da frase, mas independente da autoria, a frase demonstra uma verdade histórica. Como também é verdade histórica que os maiores antifascistas do Brasil foram nosso Exército com sua F.E.B. (Força Expedicionária Brasileira) na sua campanha durante a Segunda Guerra Mundial, onde as forças verde e amarelas lutaram e venceram os fascistas na Itália.


SAÚDE E ECONOMIA

A política nacional não superou o 2° turno da eleição presidencial de 2018. Parece que vivemos um eterno 3° turno em que a esquerda, ressentida pela perda do poder, tenta politizar tudo  contando com a ajuda da grande mídia e da academia universitária, que também sofreu cortes das descontroladas verbas públicas que recebiam. Contra uma direita sem muita organização, sem um partido decente e contando apenas com o sentimento conservador da imensa maioria dos brasileiros.

No entanto, para piorar ainda mais o clima, eis que surge o vírus vindo da China e o que era para ser uma discussão de saúde pública vai se transformando em debates e bate-bocas sobre política e saúde mental em que interesses disfarçados e opiniões não estudadas formam a maior parte dos argumentos.

A História mostra (o óbvio) que melhores condições econômicas, portanto também materiais, sempre geraram maior qualidade de vida e aumento da expectativa desta. Se em meados dos anos 50 os brasileiros viviam em média 57 anos, hoje essa média passou dos 75 e é muito claro o salto econômico que vivemos nesse período.

 Por outro lado, é preciso observar também, o ciclo macabro que uma pandemia pode gerar. De mortes para aumento de gastos com remédios e estruturas médicas. De confinamentos que travam a roda da economia e geram falências de empresas e pessoas. Tudo podendo gerar recessão que não se resolve da noite para o dia e ainda é o ambiente para convulsões sociais de toda ordem. 

Então, preferir saúde a economia, ou economia a saúde é questão para quem desconhece a real profundidade do problema e a complexidade da nossa sociedade moderna. Desconhece também que foram depois de graves recessões econômicas que as verdadeiras ditaduras de tipo fascista conseguiram chegar ao poder.

O período não é e não deveria ser de 3° turno de eleição presidencial, mas sim de seriedade, responsabilidade e medidas ponderadas que protejam a saúde física e a saúde econômica de nosso povo. É tempo de entender que se classe média e classe pobre reagem de modos diferentes diante da quarentena e da ameaça de lockdown é porque elas têm necessidades diferentes. É tempo de entender que quem está passando fome não tem medo de vírus e é tempo também de tomarmos providências sérias para que no futuro não sermos obrigados a procurar morcegos e coisas do tipo como alimentação por vivermos em terra arrasada pelo vírus e pela fome.


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