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PERSEU E MEDUSA.

   Perseu, herói semideus, e Medusa, monstro ctônico, são personagens das histórias mitológicas dos gregos antigos.

   Perseu representa o medo da vida, a tentativa de fugir da realidade e a necessidade de encarar os traumas conscientes ou inconscientes. Já Medusa representa o ressentimento e as magoas que se materializam numa necessidade de destruir tudo que é verdadeiro, bom e belo no mundo. Na luta dos dois, Perseu usa a seu favor o dom de voar, uma espada e um escudo espelhado, que representam a necessidade se olhar com honestidade e austeridade para poder se superar e vencer os próprios medos. Medusa por sua vez, tem seus cabelos de serpentes e um olhar petrificador, ela mata seus oponentes se estes lhe olham nos olhos, pois sua imagem monstruosa causa terror e ódio contra a vida.
Medusa é decapitada por Perseu, ele que fora rejeitado no passado vence seus traumas por olhar primeiro para dentro de si e não para o monstro no seu caminho. Medusa é vencida por se ver no reflexo do escudo de Perseu e deixar que o ressentimento a petrifica-se a si mesma.
   Porém, ao ser degolada sai de dentro de Medusa um cavalo alado chamado Pegasus, este é símbolo da poesia, da elevação e de todas as belezas. Pegasus é a pureza, o equilíbrio com a natureza e os sentimentos celestiais que Medusa afogava dentro de si com suas mesquinharias, magoas e ressentimentos. Pegasus é a alegria que só ganha vida para poder voar quando Perseu enfrenta seus medos e vence a si mesmo, matando seu inimigo monstro.
   
   Perseu venceu. Perseu venceu porque conquistou o autoconhecimento e o autodomínio. Perseu venceu porque se permitiu superar e se elevar. A chave da vitória de Perseu é a máxima de sabedoria do mundo grego antigo. O clássico eterno “Conhece-te a ti mesmo.”

(“O que era aquele escudo, com a cabeça
Asquerosa de Górgona adornado,
Que trazia Medusa, a impoluta
Virgem, e petrificava os inimigos,
Senão aquela santa austeridade,
Essa expressão em face à qual se curva,
Humilhada e vencida, a força bruta?”
John Milton no poema “Comus.”)


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